sábado, 27 de setembro de 2014

Ludwing van Beethoven

Indiscutivelmente, um verdadeiro e grande gênio



       Ludwing van Beethoven é tão conhecido que quase dispensa apresentação. Muito se ouve falar de seu temperamento ácido e sua personalidade antissocial.Além do fato de sua surdez. Mas a verdade é que ele foi um ser humano de uma sensibilidade extraordinária, não apenas para a música, mas também para as questões sociais de sua época. Sempre defendeu a liberdade de expressão,tanto artística como política e o progresso humano.Além disso, facilmente percebemos em suas obras, o seu imenso amor pela natureza.

       Nascido em Bonn, na Alemanha, em 1770, e falecido em 1827, em Viena. Desde pequeno, já apresentava grande talento para a música. O pai de Beethoven viu no seu menino prodígio uma oportunidade de  aproximar-se da nobreza, como tivera feito o pai de Mozart. Muitas vezes o pai, alcoólatra e obsecado, castigava o menino de grande sensibilidade com trabalhos contínuos e muitas vezes o surrava.
        Aos 12 anos já tinha um cargo de organista. Os sucessivos abusos de seu pai,que já se encontrava totalmente entregue ao alcoolismo, e a morte de sua mãe, fez com que Beethoven tivesse que sair de casa ainda muito cedo. Logo em seguida foi acolhido pela família Von Breuning. O conde Walstein ao ver o jovem tocar brilhantemente, decidiu investir nos estudos do rapaz.

O encontro mítico com Mozart

       Então Beethoven começa seus estudos em Viena, e tem os primeiros contatos com as ideias iluministas e da revolução fracesa. Essas questões ele as levaria consiguo até o fim de sua vida e influenciariam o seu pensamento e tabalho. Foi nesse período, por volta dos 17 anos,que ele encontra aquele que talvez fosse o seu maior ídolo em vida: Mozart. e existem muitos mitos sobre como teria sido o encontro dos dois maiores gênios da história da música depois de Bach.

       abaixo um trecho de um vídeo tiarado do youtube contando um desses mitos:




       Ainda neste período da sua vida teve que lhe dar com a morte da mãe e a responsabilidade de ajudar seus irmãos, os quais lhe trariam ao longo de sua vida muita dor de cabeça. Conhece então Joseph Haydn que o ajuda a se desenvolver como grande pianista improvisador, chamando atenção da aristocracia vienense.

Vida difícil e personalidade forte

       A verdade é que as coisas nunca foram muito fáceis para o nosso gênio. Primeiro foi o pai alcoólatra e violento, depois a morte da mãe muito cedo e a reponsabilidade de olhar pelos irmãos,estes nunca o ajudaram mesmo depois de adultos.E depois de tudo perde aquilo que lhe dava mais prazer: ouvir a sua tão amada música. Porém não há nada que o tenha prejudicado tanto em sua vida quanto a sua capacidade de não se curvar a absolutamente ninguém. Um homem que não se curvava diante de príncipes, imperadores e seja quem fosse. Conta-se que quando na presença de um grande poeta de sua época(Goethe) ,o qual Beethoven muito admirava, aproximou-se o imperador e Goethe rapidamente foi na direção dele tão somente para o reverencia-lo. Beethoven que nem olhara para o imperador, aborreceu-se e disse: "são eles que têm de inclinar-se perante nós"

       Um tempo depois Beethoven faz um certo sucesso na sociedade vienense, compondo suas primeiras grandes obras criativas. Embora muito ainda imcompreendido. Escreve Sonata op. 7, na qual prova de uma vez sua indiscutível capacidade como compositor, Sonata opus 27 (sonata ao luar) conhecida até hoje pelo sua essência romântica e beleza extraordinária, 

Isolamento e afirmação como grande gênio 

       Uma outra coisa que acho importante deixar registrado aqui, é que esse grande gênio da música não era exatamente um ser antissocial. Na verdade, o que realmente o fez se isolar, foi o fato de seu problema auditivo ter aumentado consideravelmente com o passar dos anos. Como demostra o famoso testamento de Heilingenstadt:


       "Ó homens que me tendes em conta de rancoroso, insociável e misantropo, como vos enganais. Não conheceis as secretas razões que me forçam a parecer deste modo. Meu coração e meu ânimo sentiam-se desde a infância inclinados para o terno sentimento de carinho e sempre estive disposto a realizar generosas acções; porém considerai que, de seis anos a esta parte, vivo sujeito a triste enfermidade, agravada pela ignorância dos médicos."

       "Devo viver como um exilado. Se me acerco de um grupo, sinto-me preso de uma pungente angústia, pelo receio que descubram meu triste estado. E assim vivi este meio ano em que passei no campo. Mas que humilhação quando ao meu lado alguém percebia o som longínquo de uma flauta e eu nada ouvia! Ou escutava o canto de um pastor e eu nada escutava! Esses incidentes levaram-me quase ao desespero e pouco faltou para que, por minhas próprias mãos, eu pusesse fim à minha existência. Só a arte me amparou!"


6 de outubro de 1802

       Ainda sobre isso, encontramos um trecho de uma carta dirigida a uma amigo em Viena. Em 1° de julho de 1801, Beethoven com apenas 24 anos, disse que, apesar de tudo, conseguiria ganhar a vida como intérprete e compositor, mas não poderia continuar tendo uma vida social intensa, como era seu hábito até então. Tentava esconder sua surdez, o que era, evidentimente, muito difícil para um músico já muito conhecido como ele.
       Começa, então, um período de isolamento e depressão profundo. Período este que ele resolve fazer um balanço do que havia feito até então. E não satisfeito, declara que buscaria empeender-se em um novo caminho.Compôs nessa época, as Sontatas op.26, 27 e28, seis quartetos do op. 18, o oratório Cristo no Monte das Oliveiras, lindíssimas sonatas para violino e piano e a famosa Sonata Aurora e a  Segunda sinfonia, e Tercita sinfonia, a qual foi feita em homenagem às ideologias libertárias de Napoleão Bonaparte. Porém, ao perceber que ,este, se corrompe ao poder e faz-se nomear imperador, beethovem retira a dedicatória feita à Napoleão e em lugar põe: " À memória de um grande homem". Com isso disse, em outras palavras, que Napoleão havia morrido para ele.Percebe-se também, que Beethoven era um homem preocupado e interessado com a política e os rumos da sociedade, assim como com os ideais humanitários.
       Em 1805 Beethoven começa a criar a sua primeira ópera com um tema que o interessava, pois falava sobre o valor da luta contra a tirania e a injustiça. No entando, a sua ópera só ficou pronta 9 anos depois, entitulada Fidélio.
       Por volta dos 30 anos em 1806 começaram a surgir as obras primas: a Sonata "Appassionata", os três Concertos para violino e orquestra e a quarta sinfonia. Em 1808 suegem a Quinta sinfonia e a Sexta sinfonia e os três trios para violino, violoncelo e piano.A Quinta sinfonia é, hoje,  a mais conhecida de Beethoven, juntamente com a Nona. Alguns diziam que seu tema era a prova da loucura de Beethoven. A sexta sinfonia é uma verdadeira obra prima da história da música, e retrata a natureza de forma abstrata, mas muito viva! E umas das mais lindas sinfonias já compostas, e é a prova de que a música erudita, mesmo não usando palavras, pode ser usada para imprimir uma ideia realmente profunda sobre alguma coisa. No caso da Sexta sinfonia, foi usada por Beethoven para expressar o seu imenso amor pela natureza.Esta sinfonia é conhecida pelos músicos como a "Pastoral de Beethoven".
       Em 1813 surgem a Sétima Sinfonia e quase imediatamente a Oitava Sinfonia, e foram sucesso de público e crítica. A Nona Sinfonia, sua maior obra e uma das mais conhecidas, só foi terminada 3 anos antes de sua morte, quando o grande e indomável gênio já estava quase que absolutamente surdo.
       Aqui está um trecho do belíssimo filme " À minha amada imortal" , título esse que faz referência à carta que o compositor supostamente deixou para um grande amor de sua vida, e que retrata o que teria acontecido na estréia da Nona Sinfonia com Beethoven praticamente surdo.

 


       Beethoven é considerado por todos os mais importates historiadores como um dois grandes gênios da história da música. Ele revolucionou a forma como a música era concebida em sua época, e influenciou todos os grandes músicos que o precederam. A sua música está cheia do seu espírito que aspirava à liberdade em todos os sentidos. Também pode ser considerado um exemplo de como o amor de um artista por sua arte, pode superar qualquer dificuldade, por maior que ela seja.

assista também ao vídeo que eu fiz para o blog com um resumo da vida desse grande gênio. Ao fundo, nada mais, nada menos, que a lindíssima "Sonata ao Luar"





"Pessoas visionárias quase sempre são tachadas de "loucos" por aqueles que, ou não entendem, ou não aceitam o novo.
Porém, são essas pessoas que são responsáveis por introduzir o progresso no mundo"

Leandro Freire






sábado, 20 de setembro de 2014

Da ameba ao animal que foi a Lua! A Teoria das Espécies- Charles Derwin_


Charles Darwin [1809-1882]

 Darwin no Wikipedia




       Se um dia a ciência encomudou o mundo com suas descobertas, então este homem foi, sem dúvida alguma, o mais polêmico pensador de todos os tempos!

       Darwin foi o primeiro naturalista a relacionar o meu ambiente com as espécies e apontar uma relação entre esses elementos.Para ele a vida na Terra se iniciou do mais simples ao mais complexo. Através de interações entre os indivíduos e o meio pelo qual eles vivem.


       

       Essas interações ocorrem pelo que ele chamou de seleção natutal.O conceito básico de seleção natural é que características favoráveis que são hereditárias tornam-se mais comuns em gerações sucessivas de uma população de organismos que se reproduzem, e que características desfavoráveis que são hereditárias tornam-se menos comuns.
       A seleção natural age no fenótipo (características observáveis de um organismo) de tal forma que indivíduos com fenótipos favoráveis têm mais chances de sobreviver e se reproduzir do que aqueles com fenótipos menos favoráveis.
       Se esses fenótipos apresentam uma base genética, então o genótipo associado com o fenótipo favorável terá sua frequência aumentada na geração seguinte. Com o passar do tempo, esse processo pode resultar em adaptações que especializarão organismos em nichos ecológicos particulares e pode resultar no surgimento de novas espécies.
       A mutação genética tem um importância crucial na seleção natural, pois são as alterações genéticas que fazem com que um indivíduo tenha fenótipos,características biológicas/morfológicas, diferentes dos demais indivíduos do mesmo grupo.
       Se uma variação específica torna o descendente que a manifesta mais apto à sobrevivência e à reprodução bem sucedida, esse descendente e sua prole terão mais chances de sobreviver do que os descendentes sem essa variação
       As características originais, bem como as variações que são inadequadas dentro do ponto de vista da adaptação,deverão desaparecer conforme os descendentes que as possuem sejam substituídos pelos parentes mais bem sucedidos
       Assim, certas caraterísticas são preservadas devido à vantagem seletiva que conferem a seus portadores, permitindo que um indivíduo deixe mais descendentes que os indivíduos sem essas características
       Eventualmente, através de várias interações desses processos, os organismos podem acabar desenvolvendo características adaptativas mais e mais complexas.

       Aqui um breve exemplo da evolução narrada por um dos cientistas mais admirados de toda a história. O pacifista, educador, físico e escritor Carl Sagan.


       




       Um dos marcos mais importantes da história de Darwin foi a viagem a bordo no navio Beagle entre 1831 e 1836, na qual visitou diversas regiões do globo terrestre e teve condições de perceber uma interessante relação entre fósseis e espécies viventes na época e mecanismos de adaptação de espécies relacionados ao ambiente e modo de vida destes.


       Com seu livro "A origens das espécies" publicado em 1859, Darwin criu um enorme impacto na sociedade de sua época, que encontrou uma enorme relutância em aceitar uma suposta descendência entre homens e macacos. Sem falar que a seleção natural põe por terra o velho modelo de criacionismo. Modelo esse que encara o vida como algo que foi criado de uma só vez por Deus, e que por isso mesmo, não pode ser dinâmico e transformador, uma vez que Deus conclui toda a sua criação no 6 dia.
        Não demorou muito para que sua teoria fosse ridicularizada pela a igreja e por muitos naturalistas da época.


       O corpo científico da Igreja da Inglaterra, incluindo os antigos tutores de Darwin em Cambridge, Sedgwick e Henslow, reagiu contra o livro, embora ele tenha sido bem recebido por uma nova geração de jovens naturalistas. Foi quando sete ensaios e resenhas feitas por sete teólogos anglicanos liberais declararam que milagres eram irracionais e atraíram a atenção para si, desviando-a de Darwin.
       O confronto mais famoso ocorreu em um encontro da Associação Britânica para o Avanço da Ciência em Oxford. O professor John William Draper fez uma longa apresentação sobre Darwin e progresso social e, então, Samuel Wilberforce, o bispo de Oxford, atacou as ideias de Darwin. Em um acalorado debate, Joseph Hooker defendeu Darwin com tenacidade e Thomas Huxley se estabeleceu como o "bulldog de Darwin" – o mais veemente defensor da teoria evolutiva no palco Vitoriano. Conta-se que tendo sido questionado por Wilberforce se ele descendia de macacos por parte de pai ou de mãe, Huxley murmurou: "O Senhor o deixou em minhas mãos" e respondeu que "preferia ser descendente de um macaco que de um homem educado que usava sua cultura e eloquência a serviço do preconceito e da mentira" 
       Apesar da grande controvérsia que marcou a publicação do trabalho de Darwin, a evolução por seleção natural provou ser um argumento poderoso contrário às noções de criação divina e projeto inteligente comuns na ciência do século XIX. A ideia de que não mais havia uma clara separação entre homens e animais faria com que Darwin fosse lembrado como aquele que removeu o homem da posição privilegiada que ocupava no universo. Para alguns de seus críticos, entretanto, ele continuou sendo visto como o "homem macaco" frequentemente desenhado com um corpo de macaco.
       A teoria da evolução é hoje aceita por todos os cientistas importantes do século XX e XXI, e por alguns, como o própio Carl Sagan, não como uma teoria,mas como a maior descoberta científica da história. Inflenciando a Biologia, Antropologia e até mesmo a Física moderna.


       



Bruce Lee e Jiddu Krishnamurti


 Bruce Lee na Wikipedia


       .Pderíamos ficar horas aqui falando desse incível ser humano chamado Bruce Lee. E contar as várias lendas  sobre seu extraordinário condicionamento físico e sua morte misteriosa e precoce. Ou ainda, de suas ténicas de lutas que misturavam todos os estilos conhecidos  para criar um novo no momento da luta. Mas poucos sabem que o Bruce além de um lutador, em todos os sentidos da palavra, era também um pensador. E segundo o própio Bruce, os métodos usados em sua arte marcial, nada mais eram que uma extensão de sua profunda filosofia.

       Aqui está um trecho de um texto do wikipedia abordando essa questão:

       "Embora Lee seja mais conhecido como um artista marcial, também estudou teatro e filosofia, enquanto estava na Universidade de Washington. Estava bem e tinha lido uma extensa quantidade de livros. Seus próprios livros sobre artes marciais e filosofia de combate são conhecidos pelas suas afirmações filosóficas, tanto dentro como fora dos assuntos sobre artes marciais. Sua filosofia eclética, muitas vezes espelhando suas crenças, lutas, embora afirmou que suas artes marciais eram apenas uma metáfora para tais ensinamentos. Acreditava que qualquer conhecimento o levou ao auto-conhecimento, e disse que seu método escolhido foi a auto-expressão das artes marciais. Suas influências incluem o taoísmoJiddu Krishnamurti, e do Budismo. Quando perguntado por Little John, em 1972, qual era sua religião, Lee respondeu: Nenhuma. Também em 1972, quando perguntado se acreditava em Deus, ele respondeu: Para ser perfeitamente franco, na verdade não."


       E aqui está um videosinho que demostra como a filosofia do grande Bruce Lee está completamete influenciada pelas ideias de Krishnamurti.



filosofia:


"Nós não nos tornamos, nós somos! Não se esforce para ser, seja!"


" o pefeito combate não é apenas um jogo, mas é quando é levado a sério"

" eu ainda estou aprendendo,pois para o aprendizado não há um limite"


"em cada dia se esconde uma nova revelação, é uma nova descoberta que poderemos obter"

" A simplicidade é a chave para a luminosidade"

"conhecer a si mesmo é estudar a si mesmo em ação com outra pessoa"

"Um homem sábio pode aprender mais com uma pergunta tola, do que um homem todo pode aprender com uma pergunta sábia"

"A a ação é nossa relação com o outro"

"Quando não houver centro nem circunferência,ali estará a verdade"

" Conhecimento não é suficiente, devemos aplica-lo. O querer não é suficiente devemos fazer"

"Viver realmente é viver para os demais"

"as batalhas da vida não são vencidas pelo homem mais forte ou mais rápido, mas sim pelo homem que pensa que pode vence-las"

   


Bohm e Khisnamurti

 Bohm na winkpédia

       Bohm se graduou em 1939 e passou a trabalhar com Oppenheimer em física teórica, primeiro no Instituto de Tecnologia da Califórnia, depois na Universidade da Califórnia, Berkeley. Durante a Segunda Guerra Mundial seu nome foi proposto por Oppenheimer para trabalhar com ele em Los Alamos na produção da primeira bomba atômica, mas recusado pelo exército devido a suas posições políticas. Ironicamente, seus cálculos para colisões de prótons e dêuterons se mostraram úteis para o projeto de construção da bomba, de modo que lhe foi vedado, por questões de segurança, o acesso a seus próprios dados, o que o impediu de escrever sua tese de doutorado. Para fins acadêmicos, Oppenheimer certificou que Bohm havia concluído a pesquisa. Posteriormente, Bohm trabalhou nos cálculos teóricos para o enriquecimento eletromagnético de urânio em Oak Ridge, para uso na bomba lançada em Hiroshima em 1945.
       Depois da guerra Bohm se tornou professor assistente na Universidade de Princeton, onde trabalhou com Albert Einstein. Em Maio de 1949, sob o macartismo, convocado para testemunhar contra Oppenheimer pelo Comitê de Atividades Anti-Americanas, recusou-se com base em seus direitos constitucionais. No ano seguinte foi acusado e preso e, embora absolvido em Maio de 1951, Princeton se recusou a renovar seu contrato, apesar dos pedidos de Einstein e outros colegas
       Suas contribuições para a física, principalmente na área da mecânica quântica e teoria da relatividade, foram significativas. Ainda como estudante de pós-graduação em Berkeley, descobriu o fenômeno eletrônico conhecido hoje como difusão de Bohm. Seu primeiro livro, Teoria quântica, publicado em 1951, foi considerado por Einstein a exposição mais clara que ele já havia visto sobre o assunto.
       Insatisfeito com a abordagem ortodoxa da física quântica descrita por ele neste mesmo livro, desenvolveu sua própria interpretação, uma teoria determinística da variável oculta não-local cujas predições concordam perfeitamente com as teorias quânticas, não-determinísticas. Seu trabalho foi um dos motivadores da desigualdade de Bell, cujas conseqüências ainda estão sendo investigadas.
       Em 1959 descobriu, com um aluno seu, o efeito Aharonov-Bohm, mostrando como um campo eletromagnético pode afetar uma região do espaço na qual esteja inserido, embora seu potencial vetorial não exista nela. Isto demonstrou pela primeira vez que o potencial vetorial, uma conveniência matemática, poderia ter efeitos físicos (quânticos) reais.
       Bohm também fez contribuições teóricas significativas ao desenvolvimento do modelo holonômico de funcionamento do cérebro. Em colaboração com Karl Pribram, neurocientista de Stanford, estabeleceu a fundamentação para a teoria de que o cérebro funciona de forma similar a um holograma, segundo princípios matemáticos e padrões de ondas. Estas formas de onda podem compor organizações semelhantes a hologramas, sugeriu Bohm, baseando este conceito na aplicação da análise de Fourier, uma forma de cálculo que transforma padrões complexos em ondas sinódicas componentes. O modelo holonômico do cérebro desenvolvido por Pribram e Bohm propõe um visão de mundo definida pela lente - semelhante ao efeito prismático texturizado de um raio solar refratado pela chuva no arco-íris - visão esta bastante diferente da abordagem "objetiva" convencional. Pribram acredita que se a psicologia quiser entender as condições que produzem o mundo das aparências, precisa se ater ao pensamento de físicos como Bohm.
       As visões científica e filosófica de Bohm são inseparáveis. Em 1959, lendo um livro do filósofo indiano Krishnamurti, percebeu o quanto suas próprias idéias sobre mecânica quântica se fundiam com as idéias filosóficas de Krishnamurti. Em seu livro Totalidade e Ordem Implícita, de 1980, e em Ciência, Ordem e Criatividade, Bohm expressou sua abordagem da filosofia e da física.
       Em seus últimos anos desenvolveu a técnica que se tornou conhecida como Diálogo de Bohm, na qual "objetivos coletivos" e "espaço livre" são os pré-requisitos mais importantes. Acreditava que, levados adiante em escala suficiente, tais Diálogos ajudariam a superar a fragmentação na sociedade.

Bohm e Krisnamurti


       Aqui David Bohm fala de sua ligação com Krisnamurti


       Meu primeiro contato com o trabalho de Krishnamurti foi em 1959 quando li o livro A PRIMEIRA E ÚLTIMA LIBERDADE. Meu interesse foi especialmente despertado pela profunda percepção da questão do observador e a coisa observada. Este assunto estivera de há muito intimamente ligado ao centro de meu próprio trabalho como físico teórico, fundamentalmente interessado no significado da teoria do quantum. Nesta teoria, pela primeira vez no desenvolvimento da física, a noção de que estes dois - o observador e coisa observada - não podem ser separados, foi apresentada como necessária à compreensão das leis fundamentais da matéria em geral. Por isso, e também porque o livro continha muitas outras percepções profundas, senti o quanto era urgente para mim conversar de modo direto e pessoalmente com Krishnamurti. E quando o encontrei pela primeira vez durante uma de suas visitas a Londres, fiquei impressionado com a sua capacidade de comunicação, o que se tornava possível devido à intensa energia com que ele escutava e por causa da isenção de barreiras e reservas auto-protetoras com as quais ele respondia ao que eu tinha a dizer. Como pessoa que trabalha com a ciência, senti-me completamente à vontade com este tipo de ação, a qual, em essência, é da mesma natureza daquela que encontrei nestes contatos com cientistas com os quais ocorreu uma íntima comunhão de mentes. E aqui penso especialmente em Einstein, que demonstrava ausência de barreiras e intensidade semelhantes durante um número de debates ocorridos entre ele e eu.
       Depois disso comecei a encontrar-me regularmente com Krishnamurti e a debater com ele, sempre por ocasião de suas vindas a Londres. Iniciamos uma relação que desde então se tornou mais estreita ao interessar-me pelas escolas, como por exemplo a de Brockwood Park na Inglaterra, instalada por iniciativa de Krishnamurti. Durante estes debates aprofundamo-nos em muitas questões de interesse para o meu trabalho científico. Investigamos a natureza do tempo e do espaço, como também a universal, tanto com relação à natureza externa como à da mente. Continuamos então a considerar a desordem geral e a confusão reinante na consciência da humanidade. Foi aqui que encontrei o que sinto ser a maior descoberta de Krishnamurti: o que ele seriamente propunha é que toda esta desordem - raiz da causa de tão vasto sofrimento e conflito que impede os seres humanos de trabalharem juntos adequadamente - tem sua origem no fato de ignorarmos a natureza geral do nosso próprio processo pensante. Em outras palavras, podemos dizer que não somos capazes de ver realmente o que está acontecendo quando estamos ocupados com a atividade do pensamento. Por meio de uma atenção muito profunda e da observação desta atividade da mente, Krishnamurti percebe diretamente ser o pensamento um processo material que prossegue no interior do homem, no cérebro e no sistema nervoso, como um todo.
       Ordinariamente tendemos a estar perceptivos sobretudo quanto ao conteúdo deste pensar, em vez de vermos como realmente ele funciona. É possível ilustrarmos este ponto considerando o que acontece quando estamos lendo um livro. Usualmente, estamos quase que inteiramente atentos ao significado do que está sendo lido. Entretanto, é possível aplicarmos nossa atenção ao próprio livro, à sua estrutura constituída de páginas que podem ser viradas, às palavras impressas, à tinta, à contextura do papel, etc. De modo semelhante, somos capazes de estar conscientes da estrutura real e da função do processo do pensar e não unicamente de seu conteúdo.
       Como é possível acontecer tal percepção? Segundo a proposição de Krishnamurti, isto requer aquilo a que ele denomina meditação. Ora, à palavra meditação tem sido dado um vasto alcance de diferentes e até contraditórios significados, muitos dos quais envolvendo tipos de misticismo um tanto superficiais. Krishnamurti tem em mente uma noção clara e definitiva quando usa esta palavra. Temos possibilidade de obter uma valiosa indicação deste significado se considerarmos a origem das palavras. As raízes das palavras, em combinação com os seus significados atuais geralmente aceitos, muitas vezes produzem surpreendentes percepções dos seus significados mais profundos. A palavra inglesa meditação baseia-se na raiz latina "med" que significa "medir". O significado atual da palavra é "refletir", "ponderar" (i.e., pesar ou medir) e "dar cuidadosa atenção". De modo semelhante, a palavra sânscrito para meditação, que é "dhyana", está intimamente ligada a "chyati", significando "refletir". Desse modo, meditar seria ponderar, refletir, enquanto se dá cuidadosa atenção ao que está de fato acontecendo.
       Talvez seja isso o que Krishnamurti quer dizer por "o começo da meditação". Isto é, damos toda atenção a tudo o que está acontecendo em combinação com a atividade real do pensamento, que é a fonte subjacente da desordem geral. Fazemos isso sem escolha, sem crítica, sem aceitação ou rejeição do que está ocorrendo. E tudo isto acontece juntamente com reflexões sobre o significado do que estamos aprendendo sobre a atividade da mente. (Talvez seja assim como se lêssemos um livro no qual as páginas estivessem fora de ordem e ficássemos intensamente conscientes desta desordem, em vez de estarmos "tentando encontrar sentido" no conteúdo confuso que aparece quando aceitamos as páginas como elas se apresentam).
       Krishnamurti tem observado que o próprio ato de meditação traz em si ordem à atividade do pensamento sem a intervenção da vontade, da escolha, da decisão, ou de qualquer outra ação do "pensador". Quando tal ordem surge, o barulho e o caos constituintes do fundo psicológico de nossa consciência morrem, e a mente torna-se geralmente silenciosa. (O pensamento surge somente quando necessário a alguma finalidade genuinamente válida e então ele pára até que se torne novamente necessário).
       Neste silêncio, segundo diz Krishnamurti, acontece algo novo e criativo, impossível de ser transmitido em palavras, porém de extraordinário significado para a totalidade da vida. Assim, ele não tenta comunicar isso verbalmente, e em vez disso sugere aos que estão interessados, que explorem a questão da meditação diretamente por si próprios, através da atenção real voltada para a natureza do pensamento.
       Sem tentar sondar este significado mais profundo da meditação, podemos dizer entretanto que a meditação, no sentido dado por Krishnamurti à palavra, é capaz de trazer ordem à nossa excessiva atividade mental e isto pode ser um fator chave capaz de pôr um fim ao sofrimento, à agonia, ao caos e à confusão, coisas que através dos tempos têm sido o destino da humanidade, e que de modo geral ainda continuam, sem perspectivas visíveis de uma mudança fundamental para o futuro previsível.
       O trabalho de Krishnamurti é impregnado daquilo a que se pode denominar a essência das investidas científicas, quando isto é considerado na sua mais alta e pura forma. Assim, ele começa partindo de um fato, isto é, a natureza dos nosso próprios processos pensantes. Este fato é estabelecido através de uma atenção total, envolvendo um cuidadoso ato de escutar o processo da consciência, observando-o diligentemente. Nesta atenção estamos aprendendo constantemente e desse aprender vem a percepção da natureza geral e excessiva do processo do pensamento. Esta percepção é então testada. Primeiramente vemos se ele se mantém unido de um modo racional, e então observamos se ele leva à ordem e à coerência sobre o que dele flui na vida como um todo.
       Krishnamurti constantemente enfatiza não ser ele de modo algum uma autoridade. Ele tem feito certas descobertas e está simplesmente fazendo o que pode a fim de torná-las acessíveis àqueles capazes de escutar. Seu trabalho não contém um corpo de doutrinas nem oferece técnicas ou métodos a fim de obter uma mente silenciosa. Ele não está tentando estabelecer nenhum sistema novo de crença religiosa. Em vez disso, cabe a cada ser humano ver se é possível descobrir por si só aquilo a que Krishnamurti dá o nome de atenção, e daí, continuar a fim de fazer novos descobrimentos próprios.
       É claro que uma introdução como esta pode quando muito mostrar como o trabalho de Krishnamurti foi visto por uma pessoa especial, um cientista como eu. A fim de entender por completo o que Krishnamurti quer transmitir, é necessário, naturalmente, continuar a ler o que ele de fato diz, com aquela natureza de atenção dirigida à totalidade de nossas próprias reações interiores e exteriores.

     David Bohm é muito conhecido como autor de quatro livros: Quantum Theory (1951), Causality and Chance in Modern Physics (1957), The Special Yheory of Relativity (1966) e Wholeness and the Implicate Order (1980). David Bohm é americano,  e foi professor no Birkbeck College durante mais de 20 anos, até 1983. Sua obra está ligada ao principal campo da teoria quântica, da relatividade e das questões filosóficas. Foi professor emérito da Universidade de Londres. Essa pequena biografia de Bohm consta do livro "A Eliminação do Tempo Psicológico" - Diálogo entre J. Krishnamurti e David Bohm - Cultrix.



Para conhecer ou aprender é preciso, em primeiro lugar, não ser um sabicão!

Jiddu Krishnamurti
 site oficial do Krishnamurti


       Escolhi,não por acaso, um pensador para inaugurar o nosso blog que abordava a importância de se ter a mente aberta para novas ideias. Que dizia que para se alcançar a verdade ou qualquer coisa que seja sagrada, é preciso ter uma mente fresca, renovada. Essa mente só alcançará a verdade se tiver coragem para abandonar seus preconceitos, humildade para reconhecer que não sabe nada, e um comprometimento incorruptível com a verdade.
       Irei fazer uma sequência de três postagens, uma falando sobre krisnamurti, outra do físico prf. David Bohm e ,por último, o mestre em artes marciais e ator, Bruce Lee para demostrar como esse pensador influenciou desde a física quântica até as ates marciais, e principalmente a psicanálise e o marketing.

Uma visão geral sobre a vida e obra de Krishnamurti


       Jiddu Krishnamurti nasceu em 11 de maio de 1895 em Madanapele, uma pequena vila no sul da Índia. Ele e seu irmão foram adotados em sua juventude pela Dra. Annie Besant, então presidente da Sociedade Teosófica. Dra. Besant e outros proclamaram que Krishnamurti seria o instrutor do mundo, vindo como os teosofistas haviam previsto. Para preparar o mundo para sua chegada, uma organização internacional chamada Ordem da Estrela do Oriente foi formada e o jovem Krishnamurti tornado seu líder.
       Em 1929, entretanto, Krishnamurti renunciou ao papel que lhe fora destinado, dissolveu a Ordem com seus inúmeros seguidores e devolveu todo o dinheiro e a propriedade doados para seu trabalho.
       A partir de então, por quase sessenta anos, até sua morte em 17 de fevereiro de 1986, ele viajou pelo mundo falando para grandes audiências e indivíduos sobre a necessidade de uma mudança radical na humanidade.
       Krishnamurti é tido mundialmente como um dos maiores pensadores e instrutores religiosos de todos os tempos. Ele não apresentava nenhuma filosofia ou religião, mas falava sobre coisas que preocupam a todos nós em nossa vida diária, dos problemas do viver numa sociedade moderna com sua violência e corrupção, da busca individual por segurança e felicidade e da necessidade da humanidade de se livrar do peso interior do medo, da dor e da tristeza. Ele explicou com grande precisão o funcionamento da mente humana e apontou a necessidade para trazer à nossa vida diária uma qualidade profundamente meditativa e espiritual.
       Krishnamurti não pertencia a nenhuma organização religiosa, seita ou país, nem estava associado a qualquer escola política ou pensamento ideológico. Pelo contrário, ele afirmou que estes são os verdadeiros fatores que dividem os seres humanos e que trazem o conflito e a guerra. Ele lembrava incessantemente aos seus ouvintes que antes de sermos hindus, muçulmanos, ou cristãos, somos seres humanos, que somos iguais ao resto da humanidade e que não somos diferentes uns dos outros. Ele pediu que andemos suavemente por esta terra sem nos destruir ou ao meio ambiente. Ele transmitiu aos seus ouvintes um profundo senso de respeito pela natureza. Seus ensinamentos transcendem os sistemas de crenças feitos pelo homem, o sentimento de nacionalismo e de sectarismo. Ao mesmo tempo, eles dão um novo sentido e direção à busca da humanidade pela verdade. Seus ensinamento, além de serem relevantes à idade moderna, são atemporais e universais.
       Krishnamurti não falava como um guru, mas como um amigo. Suas palestras e discussões não são baseadas num conhecimento tradicional, mas em seus próprios vislumbres sobre a mente humana e sua visão do sagrado, portanto ele sempre transmite uma sensação de frescor e clareza, apesar da essência de sua mensagem ter se mantido inalterada através dos anos. Quando se dirigia a grandes audiências, as pessoas sentiam que Krishnamurti estava falando com cada uma delas pessoalmente, sobre seus problemas em particular. Em suas entrevistas privadas ele era um professor compassivo, ouvindo atentamente o homem ou mulher que vinha a ele em sofrimento, encorajando-o a curar a si mesmo através do seu próprio entendimento. Estudiosos de religião descobriram que suas palavras lançavam uma nova luz aos conceitos tradicionais. Krishnamurti aceitou desafios de cientistas modernos e psicólogos e os acompanhou passo a passo, discutiu suas teorias, eventualmente capacitando-os a enxergar os limites dessas teorias. Krishnamurti deixou um imenso acervo em forma de discursos públicos, escritos, discussões com professores e estudantes, com figuras religiosas e científicas, conversas com indivíduos, entrevistas em televisão e rádio e cartas. Muito deste material foi publicado como livros, áudio e vídeos.
Mais informações sobre a vida de Krishnamurti podem ser encontradas nas biografias escritas por Mary Lutyens e Pupul Jayakar.

terça-feira, 16 de setembro de 2014

       O incrível mundo das ideias, nada mais é, que um lugar em que todos nós, amantes da boa arte e do pensamento criativo, temos para compartilhar o nosso amor ou nosso desprezo por aqueles que influenciaram a história da humanidade com suas ideias originais. Aqui, conversaremos com Einstein, galileu, Shakespeare, Bethoven, Hitler, Chaplin, Monet, da Vinte, Alexandre,Pixote, Spock, Krishnamurti...
Aqui eles irão contar suas histórias, e eu, humilde blogueiro, serei apenas o redator deles!
De alguns vocês tornar-se-ão amigos, de outros, inimigos mortais.
E assim tornaremos o nosso mundo das ideias muito mais rico e colorido.
E poderemos pegar as ideias deles e torna-las nossas! Ou ainda melhor, criar uma que ainda ninguém teve! E quem sabe, se tornar um deles!